domingo, 25 de outubro de 2009

Se o soninho matasse poderia estar já há longas horas no paraíso...estou mole, mole, e doce, docinha. Poderia passar a tarde ao colo de alguém e deixar-me embalar por cantigas de meninas pequenas, depois pedia beijinhos e exigia um abraço apertado, poderia eventualmente até fazer uma birrinha de bater o pé se isso não acontecesse. Hoje quando cheguei a casa pela manhã -com ar de quem dançou, de quem bebeu, de quem fumou, e de quem se sentou no chão da casa de banho pouco sóbria a pensar nos preços da gasolina, enquanto deitava os dedos à garganta- lancei-me à cama e vi o gato a torcer os bigodinhos. O gordo molengão e pachorrento que só quer dormir sempre comigo, a qualquer hora, olhou para mim e abandonou-me em direcção à sala. Ora eu que queria quentinhos na cama fiquei muito revoltada. Olhei para a triste cena só com um dos olhinhos pestanudos e borrados da maquiagem e pensei :"Oh meus Deus, que infeliz que devo estar, até o gato me deixa". Levantei-me a passo pouco firme mas decidido que nenhum gato me iria deixar. Só me faltava era esta!! Agarrei no gordalhufo contrariádo e levei-o para dentro da colcha e lá fiquei agarrada a ele toda a manhã. E quando tive de ir à casa de banho levei-o comigo debaixo do braço.
Fogo tudo o que eu não queria era vir trabalhar, possa não me apetece nada tar aqui!! Será que os meus clientes vão estranhar se eu os cumprimentar com um abracinho, ou com olhos de cachorro abandonado?  Fogo, agora dormia pela quarta vez no banco do carro, e dormia bem, com os pézinhos enroladinhos noutros, com uma mantinha a tapar o "dia". Mesmo o teu hálito ébrio cheira e sabe bem, porque é amoroso como fazes biquinho. Fizes-te-me lembrar as pássaras mães : " vá, vá veste o casaquinho para não teres frio e dorme um bocadinho enquanto te levo a casa".




Hoje sinto-me uma miúda mimada e com birra, com sono e quando chegar a casa
vou abraçar esmagar
 aquele
 gato gordo
porque gosto muito adoro
poque me apetece e exigo.


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