sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O meu ontem

Ontem o meu dia foi mais ou menos assim.
Acordei. Almocei. Uma amiga veio ter comigo a casa e fomos beber café. Ela lamentou-se da caótica vida amorosa que tinha e eu respondi-lhe : "só podes tar a gozar, achas que isso é caótico?isso é para meninos". Isto não anda nada bem. Porque? ohh porque... é tão fácil saber porquê. Mas a culpa não é minha. A culpa afinal não é verdadeiramente de ninguém.Não consigo de parar de olhar para o telemóvel.
Arrasto-me pelo shooping à procura de qualquer coisa e olhei para uma montra.Uau!!ainda cá está. Que amoroso é mesmo isto. Comprei uma prenda ao doce que odeia prendas. Nada de fantástico, mas para mim cheio de significado. Só fantástico para mim talvez que ligo as estas coisas e acho tudo lindo e cor de rosa. Também que podiam esperar de mim?que poderiam mesmo. Uma à partida adulta que tem como um dos desejos provar todos os gelados do mundo. Será que vou crescer? Também não quero. A vida é muito mais amarga sem estes meus pequenos devaneios. Para mim são bons.
Voltei a beber outro café.Não conseguia parar de olhar para o telemóvel. Lamentei-me da vida. Ela lamentou-se da vida ( e deu-me raiva tanta lamentação). Entrámos na loja de tatuagens e passado 20 minutos saímos de lá já marcadas com promessas de anos. Gostei muito. Não satisfeita tive que ir comprar umas joiazitas para me alegrarem.Durante cerca de quinze minutos a experimentá-las fui mesmo muito, muito feliz. Depois esfumou-se. Cheguei a casa e mal passo a ombreira da porta fico logo mal disposta. Não consigo parar de olhar para o telemóvel. Atendo o telefone à minha irmã e explico-lhe pela vigésima vez porque é que acabei com o meu ex. Desta vez parece que encaixou. Além de achar que é minha mãe, parece ter medo que eu morra seca e sozinha. Quero lá saber. O telefone toca e era o meu ex lá da era primitiva, daquela altura em que eu era gorda (mas ele diz que sempre me achou magra), tinha borbulhas na testa e mascava pastilhas gorila e deveria ter a mestruação à cerca de uma semana. Perguntou-me se podiamos jantar fora.Pediu-me um help em inglês. Passo a vida a dar-lhe cortes. Não que não queira ir, mas raramente me dá jeito. Ontem deu. Afinal, que tinha eu de fazer? Estava sozinha. Vamos ao sushi? "Oh que nojo johny. Nem peixe crú nem pato por favor. Não me queiras desgraçar mais." Fomos ao Sushi. Enquanto falávamos ele ia olhando de esguelha para o jogo do sporting. "Podes ver o jogo há vontade, isto não é um date e não me deves postura". Rimos os dois. Entretanto fomos deixando o trabalho de lado e fui falando do que se andava a passar comigo. Porque não partilhar? Só faz sentido ter segredos se alguém os souber. Além disso começo a fazer questão que não seja um segredo. Porque só a ideia de segredo parece que torna tudo muito mais grave do que na realidade quero que seja. Ele com uma cara muito séria diz-me sempre a mesma coisa que me diz desde os nossos treze anos: "Então fraquinha, estás em baixo. Anda cá que eu dou-te uma abraço à monstro das bolachas". Sempre reclamei por ele me chamar fraquinha. Mas acho que sempre gostei.Sentia assim que podia realmente ter um abraço merecido. Fala-me dos putos que gostava de ter e de como a namorada parece que não tá para lá virado e de como eles tão afastados. Mas olho nos olhos dele e vejo que ele gosta dela. por isso digo-lhe para lutar. Mas revejo nele a mesma atitude que eu tomei à uns meses , a do "já não tenho vontade, estou realmente cansado".  O meu telemóvel não pára de tocar caramba. Que raiva. Por favor não são vocês que quero que me liguem. Deixem-me. Vamos até casa dar uma revisão rápida no inglês manhoso dele. Ok fica tudo em ordem. Maldito telemóvel. As vezes juro que queria atirá-lo com todas as minhas forças à parede. Vamos ao bar ter com duas amigas minhas, e com o antónio, amigo também do meu ex. Ele portou-se muito bem. Normalmente faz um ar ameaçador a todos os homens que se apresentam ao meu lado. Mas ele até se deram bem. Deve ser porque o johny tem mais ar de meu irmão do que outra coisa. As miúdas estavam em alta. Só faziam patétices. Admito que me ri com umas quantas. tão parvas. Fiquei feliz. Fomos no meu carro shunning levá-lo a casa, e depois deixei-as na viatura delas. O meu telemóvel: "Posso ligar-te ou ainda tax ai?". Liguei uma, duas, três. Atendeu à quarta. E eu derreti-me como manteiga por cima da fatia do meio da torrada (que é a melhor). Passei o dia todo à espera disto. Ouvi, falei. Secalhar até falei demais. Porque muitas vezs falar com o coração é falar demais. Pede-me para não dizer certas coisas, para não escrever certas coisas. Ok não vou mandar mensagens de boa noite com o intuito de puxar por ti. Não é nada disso. sei como tu tás. Mas tu não podes imaginar como eu estou. Durmo mal.
Acordo e estou novamente com frio.

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