domingo, 4 de abril de 2010

Escolho um lugar especial. Especial para mim. Um banco onde me possa sentar, onde nunca tenha passado o tempo. Que permaneça tudo imóvel, como no primeiro dia que o escolhi.
Não está o sol quente que eu queria. É uma pena. Desejamos sempre demais depois é mais facíl não acontecer e ficamos um pouco tristes, imagine-se! Tristes porque o que imaginámos não corresponde à realidade.
Estou apenas a falar de um banco.
O meu banco é de pedra. Tem um lago à frente com uma rocha "fingida" no meio. Tem árvores à volta e uma pequena ponte. No meu banco há uma árvore de cada lado e flores laranjas. Não sei o nome. este é o meu banco. Já me sentei nele vezes sem conta e acabo sempre por cá voltar.
Há sempre tantas pessoas aqui, especialmente crianças. Não me incomodam. Poucas vezes passam por mim e quando o fazem preferem olhar para os patos e os cisnes do lago do que para mim.Riem e eu gosto das ouvir.
Chego quase sempre tarde. Antes de vir ponho-me a pensar para onde ir. Depois apetece-me vir a pé. De me cansar. Consigo pensar, ficar confusa, resolver-me, complicar-me, ganhar coragem e perder as forças, isto tudo enquanto ando. Normalmente ando sempre para longe o que aumenta o meu tempo de ermita. Compensa quando chegamos ao destino. Quando alcançamos o objectivo. O que é engraçado é que quando finalmente atingimos a meta e respiramos de alivio ficamos novamente sem saber o que fazer, qual o próximo passo. Há que arranjar outra coisa.
Sou péssima a arranjar novas formas de viver. Novas metas assustam-me. Tenho imenso medo de falhar.Às vezes parece que nem tento. Também pode ser preguiça, ou medo ou falta de coragem. pode ser muita coisa. Demoramos muito tempo a pensar, depois é facil chegar à conclusao de que não vale a pena. Normalmente a isto chama-se desistir, ou deixar de investir. O copo meio vazio, o copo menos cheio.
Fico no meu banco de pedra até escurecer. Até não ver ninguém. Quando não vejo ninguém fico com medo.
Desando. desando do meu lugar. Do banco que também deve ser de outros como eu, de outras como eu.
Retorno pelo mesmo caminho. Aquele por onde vim para chegar ao meu banco. conheço-o, por isso não me aventuro por outros com este escuro.
Regresso nem sei bem para onde mas quero chegar rápido.
Encontro algumas, poucas pessoas pela rua. A maior parte delas estão sozinhas. Estarão a regressar ou a começar o caminho?
Uma leva uma criança pela mão. Acho que esta coisa de ter uma criança não passa de uma ótima forma de não estar sozinha no regresso a casa. Quando se tem algo que verdadeiramente é nos pertence isso acalma-nos. Temos sempre a mente ocupada, com preocupações, alegrias. É uma exelente forma de ser egoísta. por um longo período nã se tem medo. Extraordinário não é?
O meu coração está calmo de cansado. pergunto-me como é não sentir? como será controlar? como seria se eu o soubesse fazer? podia tentar. como se faz?Ensina-me.
Fico perdida quando já não sei onde ir. Talvez tenha de ser mesmo assim.
 É uma pena quando uma pessoa deixa de acreditar. De querer e arranja mil e uma desculpas, defeitos, justificações simplesmente porque não quer mais. É medo ou é um não querer mesmo?que pena. Tremo de pena. Fico triste, lamento quando o que posso é somente lamentar. fico triste, arraso-me, levanto-me, arraso-me de novo.arrasto-me, respiro.
Todos os locais se transforma em bancos de pedra e volto ao principio de tudo.

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